Quando não estou pensando em escrever no blog, tenho várias idéias de textos para ele. Quando faço login, todas somem. Aline Leonardo não sabe, mas ela me inspira muito. Os textos na Caneca da Nina, com os quais me identifico bastante, e as belas fotografias do álbum no Orkut... Acabo de ver uma imagem dela em Londres. Fui arremessado à Europa e, ao mesmo tempo, ao medo que tenho de sair daqui.
Andrea Régis está em Zurique. Polliana, uma de minhas melhores amigas, também morou na Europa. E voltou. Acaba de regressar a Goiânia. Ana Lúcia, minha prima, e Léo, irmão dela, estão na Espanha. Tiago, meu primo, na Itália. Sheila, filha da tia Maria, em Portugal. Se eu listar, preencherei várias laudas com nomes de amigos próximos e parentes que partiram do Brasil para estudar ou trabalhar fora. E voltaram, de alguma forma, superiores. Não por terem residido na Europa, mas por terem passado por várias experiências que aqui não teriam enfrentado.
Agora é a vez de Cristina e Reale. São bastante corajosos. Não são aventureiros. Voltarão ainda melhores. Melhores pessoal, acadêmica e profissionalmente. Estudar no país natal já é um privilégio do qual a maioria de nós, do universo dos blogs, pudemos desfrutar. Estudar na Europa, na África, na América do Norte ou na Oceania é missão para pessoas de coragem, iluminadas. O medo é natural. A luz está na coragem de enfrentá-lo. Não temer o novo - esperado e inesperado - é magnífico e reservado a poucos.
Gostaria de também ter o desapego de, a qualquer momento, me mudar para onde o vento soprasse, mesmo que fosse para ali, Brasília, por exemplo. Não, não. Rio de Janeiro! Invejo – sentido positivo, hein – Andrea, Polliana, Léo, Aninha, Sheila, Aline, Cristina e Reale.
São dignos da minha admiração. E, de certa forma, o mundo é mesmo cíclico. Polli já está aqui há cerca de um mês. Daqui a pouco a Andrea – para quem está na Europa, considero São Paulo “aqui”. Léo e Aninha sempre vêm. O tempo vai passar rapidinho e, não tenho dúvida, logo estarei abraçando novamente – tal como ontem, um dia tão agradável – Cristina e Reale. E, em vez de repetir “vão com Deus”, a frase será outra. "Sejam bem-vindos".
Mesmo assim, de lá, ouvirão muitos “welcomes”. Ao mundo novo do Velho Mundo. Ao frio dinamarquês. Ao verão europeu. Aos finais de semana nos parques, nos museus, nas praias, nas pontes, nos lagos, nas montanhas e outros pontos turísticos mais desejados.
Saudade não é apenas uma palavra com significado somente em português. É um sentimento doloroso se não for bem trabalhado. O peito pode apertar. E vai. Os olhos podem lacrimejar. E vão. O sono pode esvair. E já está, né, Cris e Reale?! Mas tolice seria não agarrar a oportunidade e enfrentar o novo por medo de passar por situações das quais ainda não temos domínio. Ele logo virá.
Por fim, luck – porque toda sorte é boa. Em breve – que sejam dois ou cinco anos –, vocês receberão muitas boas-vindas. Dessa vez, em português. E não será o de Portugal.