segunda-feira, 31 de março de 2008

José Maria, tchau



Há um certo gesto de virilidade que merece desconfiança, quer se trate da sua própria, quer da virilidade de outros (...)
É só como mentirosos que [os machões] se tornam verdadeiramente sádicos, agentes de repressão.
Essa mentira, porém, não é outra coisa senão homossexualidade recalcada a se apresentar sob a única forma aprovada: a heterossexual.
Theodor Adorno
...
Sempre que pode, o conservador José Maria e Silva escreve asneiras sobre a homossexualidade. Em artigo na atual edição do Jornal Opção (Ditadura Gay - Um crime finalmente confessado), o qual revela estar deixando após 15 anos, novamente despeja afirmações sem sentido sobre a prática sexual entre pessoas do mesmo sexo. Novamente porque ele adora difamar o movimento gay. Talvez Freud, ou até mesmo Adoro, expliquem.



"Ao lon­go dos anos, se­cre­tá­rios e mi­nis­tros de sa­ú­de, bem co­mo mé­di­cos, en­fer­mei­ras, psi­có­lo­gos e ou­tros pro­fis­si­o­nais da área, não re­lu­tam em frau­dar a ci­ên­cia — re­pi­to: frau­dar a ci­ên­cia — pa­ra pro­te­ger os gays de uma ver­da­de que é in­con­tes­tá­vel: eles sem­pre fo­ram e nun­ca dei­xa­ram de ser um gru­po de ris­co pa­ra a dis­se­mi­na­ção da Aids. So­bre­tu­do, quan­do têm um com­por­ta­men­to pro­mís­cuo". José Maria, o termo que cabe aí é "somente". Jamais "sobretudo".



"Lo­go, é pra­ti­ca­men­te im­pos­sí­vel que to­da es­sa gen­te es­tu­da­da — com mes­tra­do, dou­to­ra­do e pós-dou­to­ra­do em sa­ú­de até no ex­te­ri­or — não sou­bes­se que a Aids vi­nha cres­cen­do en­tre os gays du­ran­te to­dos es­ses anos". José Maria, toda essa gente estudada - com mestrado, doutorado e pós-doutorado em saúde até no exterior - é formada por gays também. E, certamente, gays que se cuidam e não consideram o fator homossexual como de risco. Porque, por si só, não o é.



"Tam­bém era im­pos­sí­vel que es­sa gen­te di­plo­ma­da não des­con­fi­as­se que os ho­mos­se­xu­ais nun­ca re­pre­sen­ta­ram en­tre 15 e 20 por cen­to da po­pu­la­ção — co­mo o mo­vi­men­to gay afir­ma, sem­pre que quer jus­ti­fi­car o fi­nan­cia­men­to pú­bli­co de su­as pa­ra­das". José Maria, sinceramente, o percentual deve superar - e muito - a casa dos 20 por cento. Então, realmente é válido desconfiar dos que dizem que os gays representam apenas entre 15 e 20 por cento da população.



"Es­ses da­dos só ago­ra re­ve­la­dos (ape­sar de co­nhe­ci­dos, não te­nho dú­vi­da), mos­tram que as au­to­ri­da­des sa­ni­tá­rias men­ti­ram pa­ra a po­pu­la­ção ao lon­go de to­dos es­ses anos em que inun­da­ram ca­sas e es­co­las com por­no­gra­fia dis­far­ça­da de pre­ven­ção, com a co­ni­vên­cia da im­pren­sa". José Maria, não entendi. O que é pornografia disfarçada de prevenção? Você se refere aos preservativos? Se for, de fato, você não fala coisa com coisa. Considerar camisinha ou material informativo sobre prevenção como pornografia é viajar na falta de noção.



"De­pois de tan­ta la­va­gem ce­re­bral em fa­vor dos gays, nem mes­mo es­ses da­dos gri­tan­tes se­rão su­fi­ci­en­tes pa­ra que as pes­so­as per­ce­bam que os gays con­ti­nuam sen­do (e nun­ca dei­xa­ram de ser) gru­po de ris­co". José Maria, minha mãe, que tem quase 50 anos, estudou apenas até a segunda etapa do ensino fundamental e mora na zona rural no interior, é mais esclarecida sobre homossexualidade do que você, que é mestre e mora na capital, centro da informação. Grupo de risco é quem pratica sexo sem se cuidar. Aí independe se é homem com homem, mulher com mulher, homem com mulher ou mulher com homem.



"Pro­va dis­so é que, mes­mo di­an­te des­ses da­dos que mos­tram que as cam­pa­nhas cal­ca­das na ca­mi­si­nha fra­cas­sa­ram com­ple­ta­men­te, o Mi­nis­té­rio da Sa­ú­de vai con­ti­nu­ar in­ves­tin­do na por­no­grá­fi­ca cam­pa­nha do pre­ser­va­ti­vo". José Maria, para você, o que é pornografia? Nunca vi nada obsceno em campanha anti-Aids.



"Há cer­ca de dez anos (creio que em 1999), eu que não sou es­ta­tís­ti­co nem au­to­ri­da­de sa­ni­tá­ria, ten­do por ba­se as pró­pri­as in­for­ma­ções do Mi­nis­té­rio da Sa­ú­de, es­cre­vi um ar­ti­go em que du­vi­da­va da efi­cá­cia das cam­pa­nhas de pre­ven­ção à Aids cen­tra­das na ca­mi­si­nhas e afir­ma­va já no tí­tu­lo do re­fe­ri­do ar­ti­go: “O pro­ble­ma da Aids é mo­ral, sim”". José Maria, é nítido que você não é estatístico nem autoridade sanitária.



"Só que es­se pla­no de es­ta­bi­li­za­ção do HIV com­por­ta um sé­rio pro­ble­ma — o es­pe­cu­la­dor do se­xo, co­mo o das bol­sas, gos­ta de cor­rer ris­cos. E o pra­zer, seu ca­pi­tal vo­lú­vel, não se in­ti­mi­da em des­tru­ir fa­mí­lias, en­gra­vi­dar me­ni­nas e dis­se­mi­nar a Aids”". José Maria, ao menos aqui você foi sensato. E, talvez sem querer, assumiu que o risco de se contrair HIV não é exclusivo nem predominante entre os homossexuais. Não são somente os gays que transam. Não são apenas os gays que contraem o vírus.



José Maria, tchau.


Certa vez me perguntaram, num grupo de estudos conservador, que prova eu tinha de que a homossexualidade é muito mais uma orientação do que uma escolha, e fui obrigado a responder com muita sensibilidade: a minha vida.
Andrew Sullivan



Afirmo desde o início: “Não tenham medo!”. Essa é a mesma exortação que ressoou no início do meu ministério na Sé de São Pedro...
Do que não devemos ter medo?
Não devemos ter medo da verdade sobre nós mesmos.
Papa João Paulo II

sexta-feira, 28 de março de 2008

?!



Por que gosto?
Porque gosto!

terça-feira, 25 de março de 2008

Oh, vaquinha


O guia:
Uma vaca estava do outro lado da barragem. Uma equipe foi tentar laçá-la, ela pulou na água, as turbinas estavam ligadas e ela atravessou a barragem como se fosse um tobogã.

Joãozinho:
Ela morreu?

quarta-feira, 19 de março de 2008

Ser infeliz, sim, é que deveria ser pecado


Tô na minha fase Martha Medeiros. Descobri a escritora e publicitária gaúcha no Rio de Janeiro, ao ler a edição de revéillon do Globo. Amei. Não à toa. Ser feliz não é pecado é o título da primeira crônica à qual tive acesso. Num dos próximos tópicos pretendo explanar o que penso acerca da matéria. Agora, lendo Non-Stop, Crônicas do Cotidiano, percebo-me ainda mais encantado com o trabalho dela. Comecei a marcar os textos que têm a ver com a minha vida ou que podem ser aplicados nela em situações próximas e previstas. Quando dei por mim, tinha marcado quase todos os capítulos. Não a conheço ainda como poeta. Mas pretendo - e olha que não sou chegado no gênero - comprar também as obras poéticas dela.

segunda-feira, 17 de março de 2008

Escolhe, pois, a vida


Quando deixarem de achar que depressão é frescura o índice de suicídios começará a declinar.

sexta-feira, 14 de março de 2008

Djavan


Em show único na Atlanta Music Hall nesta sexta-feira, o músico apresenta as faixas do novo álbum, Matizes, e lembra clássicas de seu repertório como Oceano e Eu Te Devoro.


Em mais de trinta anos de carreira, Djavan consolidou um caminho próprio como compositor – misturando jazz, samba e blues com letras românticas sem muito sentido – e conquistou uma legião de fãs. Dominado por canções inéditas, o repertório do novo disco chega a Goiânia depois de ser exibido no Rio, em São Paulo, Belo Horizonte e nas capitais do Sul. Amanhã e domingo ele se apresenta em Brasília. No show, Djavan traz novidades como Delírio dos Mortais, samba de exaltação ao Rio, onde mora desde 1973. Não faltam, é claro, Oceano e Eu Te Devoro, que ele apresenta na companhia dos filhos Max Viana (guitarra e voz) e João Viana (bateria), integrantes da superbanda que se completa com Sérgio Carvalho (baixo e voz), Renato Fonseca (teclados e voz), Marcelo Martins (saxofones), François Lima (trombone e voz) e Walmir Gil (trompete e voz).

quinta-feira, 13 de março de 2008

Que venha abril

O promoter Fábio Brasil não pára. Depois de Nando Reis, nem bem arrematou o show de Danni Carlos – sábado, no Teatro Rio Vermelho – e já anuncia, para abril, duas novas agendas imperdíveis. No dia 24, Ney Matogrosso, com o show Inclassificáveis, e, no dia 26, uma reedição do clássico Rock Palace, que rolava nos anos 80, com a Blitz de Evandro Mesquita. No Jaó. (Coluna Circulando, O Popular, Patrícia Drummond)

quarta-feira, 12 de março de 2008

AlFa e Diário da Manhã

Se a AlFa soubesse o conceito que o Diário da Manhã tem em relação aos profissionais formados por ela, não publicaria anúncio hoje de um quarto de página parabenizando o veículo pelos 28 anos.
No mundo moderno, a informação pode significar a diferença entre o sucesso e o fracasso. Mais do que o aprendizado convencional, estar por dentro das atualidades mundiais, nacionais e regionais amplia as chances dos futuros profissionais no mercado de trabalho e forma cidadãos. O Diário da Manhã, há 28 anos é uma fonte inesgotável de boa informação, todo dia é uma aula de conhecimento.
Parabéns, Diário da Manhã!
Faculdades Alves Faria

À leitora Adriana (hehe):


MERCADO POPULAR



Jazz e instrumental


Dentro do projeto Mercado Jazz Popular, uma trupe de músicos de peso sobe no palco do Mercado Popular da Rua 74, hoje, a partir das 19h30. A seleção musical de clássicos do blues e expoentes do jazz contemporâneo será interpretada por Fausto Noleto (sax), Nonato Mendes (baixo), Willian Cândido (teclado) e Guilherme Santana (bateria). Rua 74, Centro. Entrada franca. (O Popular)

segunda-feira, 10 de março de 2008

Samurai


Tô cansado de esperar - e ouvir - que dê tudo certo no final. Quero, a partir de agora, que dê tudo certo no início também. Bem como no meio.

domingo, 9 de março de 2008

Coisa demais pra ação de menos


Acho que só jornalista se preocupa com nomenclaturas e siglas certinhas. Ádila, a melhor professora do curso (?) teórico de dormição, digo, de condução, escorregou federal, digo, estadual na aula sobre meio ambiente. Para ela, Delegacia Estadual do Meio Ambiente é o Dema. Para mim, é menininha. Para ela, a Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos é Sema. Para mim, é Semarh. Para ela, a Agência Municipal de Meio Ambiente é Semma-Amma. Para mim, é apenas Amma. Fala de órgãos estaduais que regem a área, mas esquece-se da Agência Goiana de Meio Ambiente (Agma). Deve ser porque esta vai ser engolida pela reforma administração do governo estadual. Passa da hora. Há, por exemplo, Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seagro), Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa) e Agência Rural. Na crise do leite, quando explodiram as denúncias de adição de soda cáustica e água oxigenada, a imprensa não sabia a quem ouvir.

Sai da frente


O álcool vai baixar, mas o feijão vai subir ainda mais. Deixamos de produzir grãos para transformar o estado num grande canavial. As GOs viraram um inferno com caminhões carregados até a tampa de cana-de-açúcar e a velocidades incontroláveis. Vide os acidentes.

Exemplar


As Centrais Elétricas de Goiás (Celg) derrubam árvores para fincar postes de energia elétrica na zona rural. Não há outro meio, Celg, de levar luz à fazenda sem desmatar?

Sistema cicloviário em Goiânia já!


A deputada federal Raquel Teixeira (PSDB) tem uma foto andando de bicicleta. De salto, mas tem. Gilvane Felipe (PPS) tem uma fotografia ao lado de um bicicletário - estacionamento de bicicletas - francês. Só andam de carro e não se dão ao trabalho nem de serem convincentes na hora de posar para o retrato. Ambos são pré-candidatos à prefeitura da capital goiana.

hehehehehehehehehehehehehehehehehehe


Meu pai não perde um episódio de Pica-Pau. Não há nada de novo, mas ele não se importar em assistir reprises. Acha a mesma graça de quando assiste pela primeira vez.

Pornopolítica é tão ruim quanto o que o Jabor critica


Ainda não consigo entender por que comprei Pornopolítica, do Arnaldo Jabor. Fiquei em dúvida entre ele e O que é ser jornalista, do Ricardo Noblat, por quem também não nutro afinidade. O Jabor, definitivamente, é muito chato. Totalmente cênico, ainda é suportável na tevê. No máximo, no rádio. Eu e essa minha mania de tentar ler o que/quem não gosto.

Vai ver o sol nascer quadrado


Hoje descobri que há uma delegacia na Avenida Portugal, abaixo do Extra, para resolver qualquer problema relacionado ao trânsito, inclusive troca de "elogios" de motoristas. Agora vai responder na Justiça o condutor que passar numa poça com a única finalidade de me molhar/sujar.

Descontração e ironia fina


Toda aula de legislação de trânsito, direção ofensiva, primeiros socorros, cidadania, meio ambiente e mecânica básica podiam ser com a Ádila.

Crianduquices


Minha avó paterna mostrava língua para o meu pai. Fosse eu, apanharia na certa.

Eu, né?!


Já quase chorei ao desligar o telefone após entrevistar o deputado federal Ronaldo Caiado (DEM!). Na próxima encarnação, ninguém vai me chamar de doente mental e sair ileso.

Campanha pelo uso consicente e solidário da buzina


De duas, uma. Ou estou ficando velho ou todo mundo em Goiânia ganhou uma buzina no último Natal e começou 2008 com o propósito de usá-la sem cessar.

A boa companhia das noites solitárias


Nada como dormir à meia-noite de sábado abraçado e ouvindo jazz na Rádio MEC. Ruim é ter de levantar às 5h30 da madrugada de domingo sozinho e ainda abraçado. Ao travesseiro. Rádio-relógio desligado.

Beijo de novela me faz chorar (de inveja)


Ando tão sensível que quase chorei com a notícia do assassinato da pró-reitora da Universidade Federal do Paraná (UFPR). Nunca ouvi falar da Maria Benigna Martinelli Oliveira, mas morro de medo da violência urbana - e da rural também. Me solidarizo com a família e os amigos, mesmo à distância e sem que eles saibam.


As escadarias do Prédio Histórico da UFPR serão novamente palco para a manifestação popular. Desta vez, a comunidade acadêmica é chamada para junto com a sociedade repudiar atos de violência como o que culminou com a morte da professora, pesquisadora e pró-reitora Maria Benigna Martinelli Oliveira.

O movimento que está sendo chamado para as escadarias do Prédio Histórico da UFPR, na Praça Santos Andrade, acontecerá nesta terça-feira, dia 11 de março, a partir das 10h30min. O reitor Carlos Moreira Júnior já conversou com a presidente da APUFPR - Associação dos Professores da UFPR Arislete Dantas de Aquino para iniciar a organização do movimento. Também estão em andamento as conversas para o chamamento dos estudantes pelo DCE e dos técnico-administrativos pelo Sinditest. O objetivo é congregar a comunidade acadêmica e a sociedade curitibana a manifestar-se contra ações violentas como a sofrida pela professora Maria Benigna, causando a sua morte. A UFPR convida a todos que acreditam que a violência é um problema que pode ser resolvido a estarem juntos neste ato. ACS

Tá com fome? Aceita a comida!


Dia desses Iris e eu passamos na loja de conveniência do posto de gasolina - aquele que fica na Praça Cívica! Comprei um saco de petas caseiras. As de polvilho azedo me fazem lembrar minha avó paterna. Paguei no cartão. Não tenho vergonha de passar o Rede Shop ou o Visa Electron mesmo para quantias pequenas. É mais seguro do que sair com dinheiro, mesmo que em pequena quantidade. Ao sair da loja, eis que um senhor me pede dinheiro. Ao dizer que não tinha, ofereci o saco de peta que acabava de comprar. Ele me excomungou. Queria dinheiro. Sua mulher, visivelmente doente, resignou e disse que ela sim aceitaria o biscoito. Dei o pacote inteiro. E com o maior gosto.

Procura-se um relacionamento e nem precisa ser tão sério


Critérios:


  • Ter mais de 18 anos; de preferência, menos de 40;

  • Que esteja pelo menos cursando o ensino superior;

  • Que more no Centro-Oeste;

  • Que o peso seja proporcional à altura;

  • Que escove os dentes com constância ou que ande com balas de café;

  • Que tenha bom gosto musical;

  • Aptidão para a leitura;

  • Compreensão;

  • Seja maleável;

  • Pode até ser de Sagitário; quem sabe assim a gente até se entenda melhor;

  • Que tenha telefone - e o use!;

  • Que tenha gosto televisivo irrepreensível; eu assisto Pânico também;

  • Que seja livre do passado, mesmo que este o condene;

  • Que goste de vermelho, preto, rosa, verde e azul claro; porque eu gosto de vermelho, preto, rosa, verde e azul claro.

Pós-escrito: faço questão de abrir mão de uma pá destes quesitos caso haja interesse real.


A quem interessar possa, enviar currículo com fotografia em resolução a partir de 640 x 480 pixels para o e-mail indicado no expediente.

Beber, dormir, esquecer, levantar


É constrangedor lembrar no dia seguinte o que você disse ontem embreagado. O pior é quando te lembram e, nem assim, você recorda. Pior ainda é quando o verbo, em vez de dito, é feito. Agora eu entendo os covardes, que vivem simulando - e muito mal - amnésia alcoólica.

Use filtro solar e leia o noticiário esportivo


Já em Campinas, ouvi que hoje teria jogo do Vila Nova. Acho que teve mesmo. O ônibus que tomei até a Praça da Bíblia passa em frente ao campo do time e estava cheio de carros na redondeza. Era tarde demais quando fui informado. O conselho que fica é olhar o noticiário esportivo antes de sair de casa a fim de não sair.

Na sala de aula


Os olhos pesam. O sentido dispersa. O pensamento vai lá. Questão de segundos. Cumprimento constante do desejo de estar junto. Quem me dera um dia. E em breve.


Em aula chata, um século corresponde a cinco minutos no relógio.

Perder a paz


Dá vontade de chorar. Talvez as lágrimas até venham. Quando a gente acha que encontra alguém que é pra sempre, eis que a música se faz. Que o pra sempre sempre acaba. E sem que a outra o saiba. Afinal, nunca inspirou esperança mesmo. Mas ela não morreu. Apenas cochila. Alimentada nem que seja pela ilusão.

Trailer


Vivenda da comida boa e barata


Para quem gosta de frutos do mar, comer bem e barato, vale a pena passar na Vivenda do Camarão. Em Goiânia, tem no Bougainville e no Flamboyant. É cada risoto...

Campinas de Formação de Condutores


Graças a Deus, hoje fiz meu último dia de aula - na verdade, reposição - do curso teórico de direção. Eu faltei sem motivo um domingo. Aliás, tive motivo sim. O curso que fiz é de sexta-feira a segunda. E em Campinas. Sábado e domingo começa às 7 horas da manhã. Não consegui levantar no domingo! Minha casa fica mais próxima ao Centro. Me jogaram involuntariamente - dizem que é sorteio - para Campinas. A escolha devia ser feita conforme a região mais próxima ao bairro do aluno.

Não consegue sequer abraçar



O que mudou depois do acidente?
Não mexo mais.
O que você mais gostaria de fazer
hoje?

Responder ao abraço dos meus quatro filhos.


O diálogo é entre o excelente repórter Macos Uchôa e a artista plástica e jornalista Simony Garcia. Depois de um acidente de trânsito, ela ficou tetraplégica.



Agora, dou mais valor até ao ato de respirar.
Passei um mês respirando por aparelhos.


Nascida no Espírito Santo no dia 8 de outubro de 1971, Simony era apresentadora de telejornal antes de sofrer um acidente de carro que a deixou tetraplégica. Como já pintava antes da tragédia, ela passou então a desenvolver suas técnicas com a boca. O acidente aconteceu porque numa curva mexericas caíram em seu colo. Com a mão direita, ela tentou retirá-las. A tentativa foi suficiente para o carro capotar duas vezes.

CD para este domingo


Danni Carlos, Rock'n'Road. Aumenta a vontade de viver uma grande paixão.

Está confirmado o show de Danni Carlos e Banda no Teatro Rio Vermelho dia 15 de março, às 21h30. Compositora, atriz e cantora, Danni Carlos vai divulgar seu primeiro CD autoral. O show, que terá apresentação única na cidade, contará com um repertório de canções conhecidas da cantora, além de outras inéditas. Uma das músicas da lista é Coisas que Eu Sei, tema da novela Duas Caras, da Rede Globo.

sábado, 8 de março de 2008

Amor de meninas em japonês


O pior é pensar que agora a possibilidade de reencontro é ínfima. A sorte é que não vai mudar. A priori. Diz o amigo. Não sei o que acha de mim. Se sabe quem sou. Não quero que haja constrangimento. Quero ficar despretensioso. Deixar acontecer. Já usei fórceps demais. Mas teria de ver. Encontrar. Conversar. Telefonar seria pedir demais. Uma ligação, porém, não mata ninguém. Um recado. Quase confidencial. Acho que a solidão não vai me matar de dor. O corpo acostuma. A alma sente. Não quero atropelar. Mas já é tempo. Certeza que, se der certo, é perene. A busca é essa. A inconstância também. Leque de critérios. De propósito. Objetivo. Tende a dar certo. Como, se não há ponte? Não tem ligação. Chances sucessivas despedaçadas. Involuntariamente. É óbvio. Vou ao jardim. De repente, há um trevo.

Merece ser ouvida


Vamos?


Não sou mulher, mas eu vou.

domingo, 2 de março de 2008

Bailes de gala


Sou adepto das festas consideradas bregas. Amo baile de 15 anos, casamento e formatura. Não perco um. Todo mundo devidamente paramentado. Comida boa. Bebida boa. Fotos. E, ao final, antes que o DJ toque Whisky a go go, sorvete de queijo com calda de chocolate.

sábado, 1 de março de 2008

Só quem sonha acordado vê o sol nascer


Fui ao show do Biquíni Cavadão e talvez vá ao do Nando Reis, no Ara Makao, no Jaó. Muita gente reclama da localização do clube. Eu acho ótima. Meu bairro é quase vizinho. Minha reclamação é quanto à utilização dos dois telões durante a apresentação. Em vez de refletir para a direita e a esquerda a imagem dos artistas que apenas o centro vê, a organização do espetáculo resolveu, durante todo o tempo, projetar a agenda dos próximos shows. Péssimo! Deviam mostrar a programação até o show começar. A partir de então, deveria ser lei a reprodução do que está rolando no palco.

Biografia


João Gilberto nasceu a 10 de junho de 1931 em Juazeiro, na Bahia, em família de músicos amadores e ali, ainda adolescente, formou o conjunto Enamorados do Ritmo. Aos dezoito anos tornou-se crooner da Rádio Sociedade da Bahia, em Salvador, transferindo-se para o Rio de Janeiro em 1950, onde integrou o conjunto vocal Garotos da Lua, que atuava na Rádio Tupi, com quem gravou dois discos no ano seguinte. Iniciou depois carreira solo, gravando mais um disco e, logo após, integrou dois outros conjuntos, tendo também sua primeira composição gravada.
Retirou-se do Rio de Janeiro entre 1955 e 1957, quando se dedicou ao aprimoramento técnico e aperfeiçoou um novo estilo. De retorno à capital, lutou para apresentar a novidade, que, afinal, nasceu pronta, inteira, em um disco de 78 rpm gravado em julho de 1958, cujo impacto mudou o rumo da música brasileira. Em março de 1959 foi lançado seu primeiro álbum, Chega de saudade, seguido de mais dois nos anos subseqüentes; estava consolidada a nova linguagem musical.
A sonoridade criada por João Gilberto, acrescida de um ritmo original, popularizou desde cedo o samba moderno com o nome de bossa nova. Toda uma geração de jovens músicos foi influenciada pela nova estética, provocando uma onda comercial. Depois de revolucionar a música brasileira, o som de João Gilberto atingiu os músicos de jazz, que o identificaram como fenômeno. Seus discos começaram a ser levados do Brasil por músicos americanos em turnês, copiados, transmitidos em programas radiofônicos de grande audiência entre jazzistas e por fim, antes de se encerrar o ano de 1961, foi lançado nos Estados Unidos o álbum Brazil's Brilliant João Gilberto.
Durante o ano de 1962 a bossa nova ganhou popularidade internacional. O sucesso comercial de um álbum do violonista Charles Byrd com o saxofonista Stan Getz ocasionou a corrida dos jazzistas aos estúdios e a onda do "jazz samba", com dezenas de álbuns lançados naquele outono americano. Em novembro, João Gilberto apresentou-se no Carnegie Hall, em Nova York, fixando residência ali até 1979 (entre 1969 e 1971 morou na cidade do México). Seu primeiro álbum gravado nos Estados Unidos, Getz/Gilberto, permaneceu um ano no depósito da gravadora, por estar o mercado já saturado das imitações. Lançado em 1964, depois da onda comercial, foi aclamado como a bossa nova verdadeira, dividiu o topo das paradas de sucesso com The Beatles por 96 semanas, recebeu nove indicações e quatro prêmios Grammy, atingiu vasta audiência internacional, tornou-se best seller durante anos, lançou a canção Garota de Ipanema e a cantora Astrud Gilberto, então Sra. João Gilberto.
A porta estava definitivamente aberta para a música popular do Brasil no exterior, que, a partir daí, passou a exportar regularmente não só música, mas também músicos. O trabalho de difusão da moderna música brasileira manteve João Gilberto residindo no exterior por dezessete anos, tempo em que firmou a bossa nova como idioma musical brasileiro e conquistou prestígio pessoal definitivo. Por três vezes esteve concorrendo ao Grammy como melhor cantor de jazz: com Getz/Gilberto (1964); com Amoroso (1977); e com Live in Montreux (1988). Seu álbum, João Voz e Violão, levou a estatueta em 2001.
Considerado uma das personalidades artísticas mais originais e um dos músicos mais influentes do mundo contemporâneo, João Gilberto vive no Rio de Janeiro, de onde sai para disputadas apresentações em festivais e salas de concerto ao redor do mundo.

*Elaborada pelo Centro de Estudos João Gilberto, RJ

Testando


Testando: João Gilberto enfrenta dificuldades técnicas em show nos EUA
The New York Times
14:27 21/6/4
Ben Ratliff
NOVA YORKO estratagema principal de João Gilberto é agregar a platéia dentro de sua cabeça. Não há luz, cenário, agitação ou volume alto. É só Gilberto, seu violão, uma lista de músicas da velha bossa nova e de samba, algumas milhares de pessoas e o silêncio.



Enquanto domina sua arte completamente, ele não tem carisma; Gilberto não parece interessado em proteger uma platéia ou administrar suas reações. E o menor problema pode se tornar algo irritante, para o cantor e para a platéia. Lembre-se: você está dentro da cabeça dele.

No Carnegie Hall na sexta-feira, durante o JVC Jazz Festival, Gilberto foi primeiro enervado pela falta de um banquinho apropriado para os pés. (Ele toca sentado, com seu pé direito apoiado). Isso o incomodou logo na primeira música, “Acontece Que Eu Sou Baiano”, de Dorival Caymmi. Um adequado foi fornecido. Depois ele começou a ajustar os microfones – um para o vocal, outro para o violão – e ficou ainda mais nervoso.

Gilberto, 73, foi o primeiro inventor da bossa nova. As linhas gerais básicas de seu estilo mudaram pouco em cerca de 50 anos; suas alterações improvisadas tendem a ser em níveis rítmicos mínimos.

Mas o som permanece crucial. O melhor e único modo de ouvir suas músicas de três minutos é, pare ele, que elas estejam tão bem amplificadas que você possa ouvir suas inalações e seus lábios abrindo. O sistema respiratório é uma janela para sua alma. (Que explicaria por que os produtores de “Família Soprano” deixam que você ouça a respiração asmática quando Tony come sozinho). Houve um problema com o som no Carnegie, entretanto; estava muito silencioso no fundo do salão, e os monitores de palco à direita e esquerda de Gilberto não estavam altos o suficiente.

“Por favor, me ajudem”, disse ele em seu inglês com sotaque depois da segunda música, “Caminhos Cruzados”, de Antonio Carlos Jobim e Newton Mendonça. “Por favor, alguém me ajude”, repetia ele, depois da No. 3, “Isto Aqui o Que É”, de Ary Barroso. Uns poucos ajudantes de palco espiaram para fora das coxias, talvez incertos do que ele estava dizendo, ou pensando se suas súplicas eram só ruído. Os membros da platéia começaram a gritar. Um assistente apareceu. A ajuda foi assegurada.

“Promessas, promessas, promessas”, suspirou Gilberto. Ele continuou a começar outras músicas, e uma delas, “Foi a Noite”, de Jobim e Mendonça, que ele nunca gravou, mostrou um controle encantador.

Mais umas poucas músicas foram cantadas. Depois de “Corcovado”, de Jobim, Gilberto apontou para os monitores novamente. “Nenhum som”, disse ele. “Ninguém está fazendo nada. Só falar, falar, falar”. Ele cantou com irritação o refrão de “Samba de uma Nota Só”, de Jobim, e depois tocou a música, sobre pessoas que falam, falam e não dizem nada. Depois de um falso início de “Pra Que Discutir com Madame?”, dois membros da platéia pularam no palco para dizer a ele que ainda não conseguiam ouvi-lo.

“É como ser negro, sem a luz, não vendo nada”, reclamou Gilberto, apertando os olhos e balançando as mãos como se estivesse cego. Até lá já se havia passado 45 minutos de show. Isso foi um sonho? Nosso ou dele?

Ele fez uma pausa de oito minutos com as luzes da casa acesas. Os microfones foram considerados muito sensíveis e substituídos. Gilberto os havia fornecido, mas não os tinha testado na passagem de som, afirmou o produtor do concerto, George Wein. Mas isso não explica por que demorou tanto para que consertassem o problema.

Estranhamente, o resto do show – que ultrapassou as duas horas – foi incrivelmente bom, incluindo umas poucas outras músicas que Gilberto não gravou, e uma em inglês, espanhol e italiano. Sua voz era suave e precisa, mais ainda do que em “João Gilberto em Tóquio” (Verve), seu novo álbum ao vivo. Para alterar o timbre e a projeção, deixando você ciente da estratégia, ele enrugou o nariz para obter um som de trombone, recuou como Bogart para conseguir um som agudo da parte da frente de sua boca, fez um “O” bem apertado com seus lábios para trazer à tona tons mais profundos.

Dentro de parâmetros silenciosos, Gilberto tocou incessantemente com ritmo, acentuando partes estranhas de palavras ou emendando duas frases para embaralhar as letras sobre a música. Seu acompanhamento ao violão imprimia o balanço do samba de rua; em suas suaves notas baixas havia a batida do surdo.

Quase sussurrando, ele fechou com “A Felicidade” arredondada por uma série de desafinações. E a repetição, incluindo a obrigatória “Garota de Ipanema”, saiu da linda música italiana “Estate”, escrita por Bruno Martino; quando ele cantou a palavra profumo, você era capaz de ouvi-la como um fluxo de som, do nariz e boca, vibrando em seu cérebro quase como se você a estivesse cantando.

Todo bossa


João Gilberto sempre me intrigou. Lembro, ainda novinho, de ver uma notícia de que ele deixou de se aprenentar não sei onde porque o microfone não era de uma marca alemã. Em Chega de Saudade, do Ruy Castro, descubro que realmente ele surta quase desde criancinha. A família o mandou uma vez para tratamento psiquiátrico em Salvador. Voltou para Juazeiro, sua cidade natal, como foi. Até mesmo porque os médicos da capital não o consideraram louco. Ele é, sem dúvida, bastante excêntrico. Gostaria de ir a um show do João, mas ele anda meio de mal do Brasil. Quem sabe eu faça uma viagem internacional que coincida com a apresentação do marco da bossa nova.

Rio, você foi feito pra mim


Show celebra os 50 anos de bossa nova
Artistas que construíram a história do movimento musical mais famoso do Brasil reúnem-se com seus discípulos para relembrar canções e momentos da MPB


Danilo Casaletti


No sábado (1º), a praia de Ipanema, no Rio de Janeiro, vai assistir a um encontro para celebrar os 50 anos de bossa nova, gênero criado pelo músico João Gilberto (fotografia) que revolucionou a música popular brasileira e a fez ficar famosa no mundo todo.
Os músicos que tomaram parte da história do movimento - João Donato, Roberto Menescal, Carlos Lyra, Zimbo Trio, Oscar Casto Neves, Marcos Valle, Leny Andrade - recebem aqueles que foram diretamente influenciados pela bossa - Leila Pinheiro, Emílio Santiago, Joyce e Bossacucanova. No show, ainda há espaço para a nova geração, como é o caso de Fernanda Takai - que acaba de lançar um disco com regravações do repertório de Nara Leão, uma das musa do gênero - e Maria Rita, que vai relembrar o ambiente do Beco das Garrafas, uma famosa viela em Copacabana que abrigava as boates onde músicos como Tom Jobim, Johnny Alf e Dolores Duran tocavam.
Com apresentação de Miéle e Thalma de Freitas, o show, que começa às 19h, será divido em seis blocos temáticos: Orfeu da Conceição, Lançamento do LP 78 rotações de João Gilberto, Apartamento de Nara Leão, Beco das Garrafas, Carnegie Hall e E a Bossa Continua. No final, todos os artistas cantam Se todos fossem iguais a você, clássico de Tom Jobim e Vinícius de Moraes.
Segundo a organizadora do Bossa Nova - 50 anos, Solange Kafuri, o grande objetivo do evento é relembrar os momentos importantes do movimento e mostrar ao público que a bossa continua atual, mesmo que remixada para as pistas de dança do mundo todo. “Há um público eterno e também um público novo para a bossa”, diz Solange.
A apresentação na praia de Ipanema será registrada para o lançamento de um DVD comemorativo.


Batida diferente que conquistou o mundo

Em 1958, a cantora Elizeth Cardoso decidiu lançar um LP com composições de uma nova dupla - Tom Jobim e Vinícius de Moraes. Tom ficou responsável pelos arranjos do disco e convidou para tocar um violonista que estava começando sua carreira: João Gilberto.
A participação de João no disco Canção do Amor Demais é pequena. Ele aparece em apenas duas faixas: Outra vez, um samba-canção de já gravado anteriormente, e a inédita Chega de Saudade. Mas, o violão de João Gilberto não passou despercebido aos ouvidos dos músicos e críticos da época. A batida que ele dera ao violão era diferente. Surgia uma nova maneira de ritmar samba. Era a bossa nova.
Para o crítico e produtor musical Zuza Homem de Mello, somente a partir de seu primeiro disco solo, gravado meses depois de Canção do Amor Demais, João pôde, de fato, mostrar qual era a sua bossa. “Ele tentou, em vão, fazer com que Elizeth cantasse de uma maneira mais cool”, explica. Em seu próprio disco, João regravou Chega de Saudade à sua maneira: dividiu a melodia de seu modo, com uma emissão vocal mais contida e, por fim, mudou o modo como o baterista tocava o samba.
Para Zuza, a bossa nova encanta o mundo até hoje justamente por apresentar uma melodia genuinamente brasileira, um malemolência que não existe em qualquer outro gênero musical. “É só ouvir Diana Krall. Ela não canta como Tony Benett, por exemplo. O baterista dela toca bossa nova”, diz. “A bossa nova é leve, fresca. Será sempre atual”.
O crítico recomenda, para quem quiser conhecer o gênero em sua essência, ouvir os três primeiros discos de João Gilberto (Chega de Saudade (1959), O amor, o sorriso e a flor (1960) e João Gilberto (1951)). “Só quem não é sensível, diz que não gosta do João”, afirma. Sobre a reclusão do mestre João, Zuza acha uma justificativa na “mania” de perfeição do músico. “O João só se apresenta onde ele pode mostrar seu trabalho de uma maneira plena. E aqui no Brasil não existe esse lugar”.

Mundo real do jornalismo em Goiás


Hoje é o baile de formatura de pelo menos novos 30 jornalistas que se formam pela Universidade Federal de Goiás (UFG). Há alguns dias, a Universidade Católica (UCG) formou a primeira turma da habilitação em jornalismo do curso de comunicação social. O grupo era composto por quase 30. A Alves Faria (AlFa) confere o título na próxima quinta-feira a uns 50. Quanto à Sul-Americana (Fasam), não tenho nem idéia. Mas, enfim, pelo menos cem novos jornalistas lançam-se ao mercado de trabalho neste início de ano. Novas turmas virão no segundo semestre. O Ministério da Educação (MEC) não concede mais, junto com a Caixa Econômica Federal (CEF), Financiamento Estudantil (Fies) para acadêmicos de jornalismo e ciências contábeis, por considerar a área saturada. Realmente em Goiás a coisa não está muito bonita não. 2007 foi um ano de recessão para o campo da comunicação. Este ano já foi registrado o fechamento de um jornal, O Sucesso. Nem todos os deputados goianos e vereadores goianienses têm assessor de imprensa, mas se cada um contratasse um, empregariam 75. Não há dúvida. O mercado na capital está saturado. Não há vagas. A alternativa, caros colegas recém-formados, é explorar o interior. Câmaras e prefeituras precisam de bons assessores, que alimentem seus sites, que produzam seus informativos. As rádios interioranas, bem como as de Goiânia, precisam se profissionalizar. Para quem entrou no jornalismo achando que o salário era hollywoodiano e que o status era global, bem-vindo ao mundo real.

Circuito goiano


O Popular contratou sete jornalistas para trabalharem no interior, nas cidades onde a Jaime Câmara tem tevê. Rio Verde, Jataí, Itumbiara, Porangatu, Anápolis. A princípio, muito bom. O interior goiano precisa mesmo de mais cobertura jornalística. O problema é que a empresa não dotou, ao menos ainda, estes profissionais de estrutura. O salário deles é o mesmo que se paga aqui, o piso, que, com descontos em carteira, não passa muito de mil reais. Eles terão despesas com aluguel e, pasmem, com locomoção para fazer as pautas. Para cobrir o valor com transporte do repórter em horário de trabalho, soube que eles receberão 300 reais a mais, o auxílio-gasolina, como se todos tivessem veículo.

De Itaberaí a Itapuranga, há asfalto no meio dos buracos


O Popular de hoje, 1º de março:


Trecho da GO-156, entre Itaberaí e Itapuranga, é um dos pontos críticos das rodovias estaduais: 62 quilômetros de buracos.


Diz a matéria de Vinícius Sassine (um dos melhores textos de Goiás):


A situação mais grave é nas rodovias administradas pelo governo estadual. Diversas obras de restauração e até mesmo tapa-buracos estão suspensas por causa das chuvas e do atraso de pagamento a empreiteiras. No início do mês, a Associação Goiana das Empresas de Engenharia (AGE) denunciou que a dívida chega a R$ 70 milhões e que a demora na recuperação de trechos esburacados pode fazer o custo do quilômetro subir de R$ 4 mil para R$ 200 mil. Segundo o presidente da AGE, Leonardo Carlos Prudente, nada mudou desde então. “O governo vai ter de gastar R$ 400 milhões para recuperar estradas onde não houve manutenção nos últimos dois anos.”
A Agência Goiana de Transportes e Obras (Agetop) reconhece que serviços de manutenção das rodovias estão paralisados em razão da falta de recursos e das chuvas intensas. A GO-156, por exemplo, não é beneficiada nem pelo tapa-buracos. O trecho de 62 quilômetros entre Itaberaí e Itapuranga está tomado por buracos, o que impede a fluidez do tráfego de veículos. Para desviar das irregularidades na pista, o motorista avança pela contramão. É necessária mais de uma hora para percorrer os 62 quilômetros.

Chega de saudade


Para me matar de inveja, saudade e vontade, Alessandro, de novo no Rio de Janeiro, acaba de me contar que logo mais haverá show em Ipanema. Os 50 anos da bossa nova! Ai, meu Deus: meu estilo musicial preferido na minha praia predileta. Queria um teletransportador. Passei o último réveillon no Rio. Todo mundo deve fazer isso ao menos uma vez na vida. Sinceramente, Copacabana não me surpreendeu. De certa forma, até me desiludiu. Seco por bossa nova, tive de adentrar 2008 ouvindo o funk do DJ Marlboro. Enquanto isso, o prefeito Cesar Maia (DEM) estava na Bahia porque um anjo, em sonho, o aconselhou a não passar as próximas 10 viradas de ano na cidade que administra até o fim do ano.


Fica aqui artigo da Ruth Aquino, redatora-chefe de Época. Concordo em número, gênero musical e grau.



05/01/2008 - 12:02 Edição nº 503
O Réveillon do pancadão
O funk em Copacabana foi um desrespeito à população do Rio

Algo não bate bem na cabeça do prefeito do Rio de Janeiro, Cesar Maia. Não tenho nada contra o DJ Marlboro nem contra os artistas das favelas, mas um show de hora e meia de funk é desrespeito a um dos réveillons mais charmosos do mundo, na praia de Copacabana. Não faz justiça à riqueza da música popular brasileira, num ano em que a bossa nova comemora seu cinqüentenário. O pancadão foi reproduzido de um palco na areia para 36 torres com 600 caixas de som e 150 amplificadores, espalhados pela praia. Funk ensurdecedor no bairro do Rio com o maior número de idosos? É, no mínimo, falta de tato. A imprensa festejou a "consagração definitiva do funk carioca" e "as coreografias sensuais das meninas em trenzinhos nas areias". O DJ Marlboro emocionou-se "depois de tantos anos de luta contra o preconceito". "Alguma banda já estreou para dois milhões de pessoas?", perguntou com orgulho. Ninguém perguntou aos milhões de pais, jovens, crianças, avós, turistas, e estrangeiros se o som do réveillon não deveria ser mais ecumênico. Samba, forró, axé, instrumental clássico, sertanejo, chorinho, bossa nova, rock, pop...e até funk por alguns minutos. Ou nada. Show nenhum. Respeito as bandas funk, mas abomino letras que jogam pesado no tripé sexo-drogas-armas. O DJ Marlboro também é contra "os funks proibidões", hinos que fazem apologia ao tráfico e deseducam a criançada. Inacreditável a altura do som do batidão. Eu estava em Copacabana na noite de 31, no apartamento de amigos, e fiquei chocada. Não se podia conversar depois de meia-noite sem gritar, aos berros. Só a leitura labial salvava. Pelo regulamento da prefeitura, essa poluição sonora não seria ilegal? O DJ Marlboro tinha um som com potência de 400 mil watts/rms. Isso equivale a quatro vezes o barulho de um jato militar, já considerado prejudicial à audição. Lembrei o tempo em que o réveillon do Rio não tinha show. Perto da meia-noite, a procissão de branco seguia para a praia de Copacabana pelas ruas transversais, corredores de vento com cheiro de maresia. Na areia, o som vinha dos cantos das baianas, os tambores do candomblé, as saudações dos espíritos, os brindes em família e entre amigos. Ou dos vendedores de milho, coco e flores murchas de última hora. Pasmem...Ouvíamos o barulho das ondas. Parece nostalgia, e é mesmo. Para que essa obsessão de música frenética sem parar? Uma hora e meia de funk na praia, diante de centenas de prédios residenciais com famílias, é uma imposição. Ou você gosta ou some. É a ditadura de um modismo, de uma minoria, estimulada pela demagogia de um prefeito que não sai do computador, e que deve escutar música erudita com fones. É o falso resgate da cultura dos guetos. Cesar Maia diz que não precisa ir às ruas para administrar a cidade. Em 2008, o carioca poderá enfim trocar o prefeito virtual por um prefeito real. Por e-mail, Cesar não conteve nem a favelização irresponsável nem a decadência do espaço público. No ano passado, em outubro, quando o Túnel Rebouças - na Zona Sul do Rio - foi bloqueado por um deslizamento de terra após temporal, provocando o caos na cidade, Cesar Maia se mandou para a Guatemala, como “estudioso”, para acompanhar o processo eleitoral guatemalteco. Um prefeito que, há muitos anos, se assumia ‘maluquinho’, pedia sorvete em açougue, vestia-se de gari e usava jaqueta em verão escaldante. Chegou a ser bom administrador. Hoje, pela falta de iniciativa e por declarações que irritam a população, é acusado de omisso e meio pancadão.

O cinema é maior


Será que só Marley e eu não gostamos do Rubens Ewald Filho? Gente, o cara é um porre. Tenho dificuldades para lidar com pessoas que acham que o mundo se resume nelas. Fiz oficina de crítica de cinema com ele. Foi difícil chegar até o fim. Não raro, leio por aí as reverências a ele. Se ele é referência em crítica de cinema, prefiro continuar apreciador de comédia romântica e inculto na área. Será que, após o curso, ele adicionou todo mundo no Orkut? Minha página me avisa que dia 7 é aniversário dele. Os simpatizantes que o presenteiem.

A problemática do momento


Ninguém fala mais da Paris Hilton. A bola da vez é Amy Winehouse.
Rehab (CD 1 de Back to Black) é trilha sonora para uma noite de flerte.

Assédio moral: chega de humilhação!


Me sinto o grande responsável por minha irmã não ter tido coragem de enfrentar a vida em Goiânia. O medo de trabalhar - não era preguiça, era insegurança mesmo - fez com que ela voltasse para Itapuranga depois de 15 dias morando comigo há uns três anos. Claro! Eu trabalhava numa livraria onde o gerente era muito carrasco e me perseguia. Como passava até 12 horas na empresa, chegava em casa e não tinha outro assunto. Só falava mal do trabalho e do comportamento cruel do dito cujo. Entre outras coisas, ele ouvia minhas ligações na extensão; se irritado, pegava o telefone e jogava no chão; brigava com funcionário na frente do cliente; brigava com o cliente na frente de funcionário; dava murro na parede, na mesa. E assim por diante. Não tenho dúvida que o fato de eu ter partilhado minha amargura nos três anos em que trabalhei lá causaram na minha irmã, já insegura, um medo quase insuperável de trabalhar fora. Eu devia ter processado ele. Até bem pouco tempo, ainda pensava nisso. Passou, porém um trauma muito grande ficou. Hoje não consigo trabalhar com gente estúpida e se alguém é grosso comigo já tenho vontade de chorar. Evito alguns trabalhos simplesmente porque suspeito que o superior pode ser ríspido. O ambiente de trabalho tem de ser harmônico. É nele que passamos boa parte das nossas vidas.


Abaixo, matéria publicada no Portal Imprensa.


O terror trabalha ao lado
Por Angélica Pinheiro


"Paguei todos os meus pecados. Dia após dia, ouvia que era burra, incompetente, que as minhas matérias eram um lixo. Tudo em voz alta, para a redação inteira ouvir. Fui parar no hospital. Crise aguda de gastrite. Fora a enxaqueca permanente". O depoimento é de Paula*, hoje assessora de imprensa, que durante dois anos se submeteu a humilhações diárias capitaneadas por um editor de um jornal de grande circulação de São Paulo. Um exemplo, dentre muitos, de um tipo de violência comum nas redações: o assédio moral.
Reféns da vergonha, do medo de perder o emprego e de serem taxados como encrenqueiros, a maioria não denuncia os superiores. Paula, por exemplo, optou pela saída mais corriqueira, pediu demissão. "Concluí que não valia a pena denunciar. Ainda tenho muita carreira pela frente", justifica.
O receio pode ter razões práticas. Mas contribui para velar uma agressão que é tão antiga quanto uma Olivetti Lettera, marcada por uma conduta abusiva do superior que, repetidamente, usa gestos, palavras e atitudes para humilhar um funcionário ou muitos deles. Ou seja, não trata-se apenas de uma mera implicância de chefe com subordinado.
A área de comunicação é terreno fértil para o assédio. Só perde para saúde e educação. Não é difícil saber o porquê quando se conhece a rotina de um jornalista. Doutor em comunicação, o psicólogo José Roberto Heloani mergulhou nas histórias desses profissionais, para o trabalho "Mudanças no mundo do trabalho e impactos na qualidade de vida do jornalista", e descobriu situações semelhantes em diversas redações.

Tipos de chefe
As desavenças no jornalismo são produto de uma lógica competitiva, motivada, muitas vezes, por um conflito de gerações. Ou seja, o mais jovem desqualifica o trabalho do mais velho, que não possui tanto domínio da tecnologia quanto ele. E quem tem mais idade, por sua vez, costuma classificar os chamados focas como irresponsáveis e ignorantes. "O isolamento é a mais comum das humilhações. Um elogio sutil, acompanhado de uma desqualificação profissional, também é uma atitude corriqueira. Cria-se um clima de desconfiança até que os próprios colegas começam a questionar o trabalho dessa vítima, isolando-a", explica o psicólogo.
Não há, por enquanto, uma avaliação empírica sobre quantos jornalistas sofrem assédio no Brasil. Mas no universo pesquisado por Heloani, 44 pessoas, 19% era alvo de agressões. As conseqüências são graves. Os homens costumam ter problemas cardíacos, gastrintestinais e de disfunção erétil. Já as mulheres sofrem com doenças hormonais, enxaquecas e queda de cabelo. Alcoolismo, uso de drogas e até tentativas de suicídio também ocorrem.

Olheiro


A goianiense Cyntia de Oliveira Cordeiro Souza (sétima da esquerda para a direita) foi escolhida ontem Miss Goiás. Aos 24 anos e do alto de 1,80 m (a minha altura!) seu projeto é tornar sua escola de educação infantil conhecida.
Já posso me tornar jurado do concurso.
Tópico do meio da semana:


Hoje acompanhei a apresentação das 16 candidatas ao Miss Goiás. A garota de Goiânia tem até o espírito de miss...