terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

Hoje é o primeiro dia do resto das nossas vidas

Lorranne: Boa noite.

Neto: Em nome dos formandos em comunicação social com habilitação em jornalismo pelas faculdades AlFa, cumprimento a todos aqui presentes: familiares, amigos, colegas, professores...

Lorrane: Em nome de todos, cumprimento o diretor superintendente das Faculdades Alves Faria, professor Nelson de Carvalho Filho.

Neto: Cumprimento a coordenadora da habilitação em jornalismo, professora Lídia Gonçalves de Araújo.

Lorrane: O paraninfo, mestre Salvio Juliano Peixoto Farias.

Neto: O patrono Roberto Melo.

Lorrane: Cumprimento a patronesse Cristina de Mattos.

Neto: O padrinho e vereador por Goiânia, Josué Rodrigues de Gouveia.

Lorrane: Cumprimento a madrinha da turma, Marcela Carvalho Baiocchi.

Neto: E, por fim e em especial, cumprimento a mestre a quem a turma homenageia, Raquel Mourão Brasil, exemplo de pessoa e profissional o qual desejamos seguir.


Neto: Boa noite, Fátima!

Lorranne: Boa noite, William!

Lorranne: Hoje é o dia mais feliz da minha vida.

Neto: Hoje é o dia mais feliz da nossa vida.

Lorranne e Neto: Hoje é o dia mais feliz das nossas vidas.

Neto: Porque hoje é o primeiro dia do resto das nossas vidas.

Lorranne: Neto, sabe o que eu me lembrei agora? Quando eu era pequena e uma professora me perguntou o que eu queria ser quando crescer...

Neto: E o que você respondeu a ela?

Lorranne: Eu disse que eu queria ser grande.

Neto: Parece que você não conseguiu, né? Eu falava que eu queria ser igual ao meu pai: capinar, ir pra roça.

Lorranne: É, João, a gente pensa que nunca vai chegar esse “quando eu crescer”... mas hoje, aqui, diante dos nossos pais, dos nossos amigos, mestres e colegas, não tem como negar... chegou o dia que a gente cresceu.

Neto: Chegou, Pequena! E poderíamos ter crescido e virado tanta coisa... biomédico, farmacêutico, historiador, dentista, advogado, jogador de futebol, grande, trabalhador da roça... mas não... crescemos e viramos o quê?

Lorranne: Viramos aquele sujeito que desvenda o mundo! Viramos aquele profissional que procura entender de tudo um pouco. Viramos o cidadão que transmite os acontecimentos e faz cumprir o direito à informação. Viramos o sonhador que tenta transformar utopia em realidade...

Neto: Nos tornamos os responsáveis por interpretar e criticar a sociedade. Abraçamos a missão de fornecer respostas às interrogações que o mundo impõe... Nos tornamos pessoas que têm como responsabilidade defender a liberdade de expressão!

Lorranne: Não foi fácil virar tudo isso...

Neto: Ah, não foi mesmo! Pensar que a dificuldade começou lá no primeiro dia de aula, no pré, ou, pra alguns, o jardim, quando parecia um abismo deixar a mamãe ir embora pelo portão (no meu caso, era porteira).

Lorranne: E quando começou a tal da Matemática? Pensávamos que nunca sairíamos da escola. Mal sabíamos nós que ainda viria a Química, a Física...

Neto: Acho que foi aí que percebemos que o nosso dom não estava nos números, estava nas palavras! Eu adorava voltar de férias só para fazer a redação contando tudo o que aconteceu...

Lorranne: Foi tão difícil virar o que viramos ainda mais se pararmos para lembrar daquela que talvez tenha sido a dificuldade maior até aqui: a escolha do que seríamos quando crescêssemos.

Neto: As professoras, ao elogiarem nossas redações, ajudaram muito. A tia que achava o máximo falar que gostaríamos de ser jornalistas até que estimulava. Mas nada disso era suficiente para dar segurança.

Lorranne: É, mas o coração parece que falou mais alto, né, João? Só pode ter sido o coração porque o bolso é que não foi! O jornalista existente no nosso id – aquele ladinho da personalidade que revela nossos verdadeiros desejos – falou mais alto.

Neto: Nem o superego foi capaz de impedir: decidimos que queríamos ser jornalistas e pronto! Tomada a decisão, começamos o caminho até chegar aqui, no primeiro dia de nossas vidas, que é também o mais feliz...

Lorranne: O sonho da faculdade tornou-se real...

Neto: Real mesmo – na verdade Lorranne, esse real é no plural: foram nove notas de cinqüenta reais para pagar a primeira matrícula.

Lorranne: Mas a gente não liga pra isso não. Esse dinheiro não foi um gasto, foi investimento! Além da incrível bagagem adquirida, descobrimos um mundo por trás do mundo... Um mundo que agora nós mesmos vamos noticiar!

Neto: Mas, na verdade, Lorranne, este mundo não estava atrás do mundo, estava bem à nossa frente. A diferença é que ainda não éramos capazes de enxergá-lo ali... Agora, com a formação de todos esses quarenta e oito meses, somos capazes de enxergá-lo e, acima de tudo, compreendê-lo.

Lorranne: Neto, isso me faz lembrar o banner que estava a nossa espera no primeiro dia de aula. Uma frase de Isaac Newton : “Se enxerguei mais longe é porque estive em ombros de gigantes”. Pensou o mesmo que eu? Esses gigantes foram os mais de trinta mestres que nos conduziram até aqui... até o dia mais feliz de nossas vidas.

Neto: É, Lô, hoje eu não sou mais só o João Camargo Neto. Sou um pouquinho da elegante e sofisticada perspicácia do Salvio somada ao perfeccionismo do Roberto.

Lorranne: Sendo assim, João, sinto que hoje sou um tiquinho do empreendedorismo da Cristina com a sabedoria da professora linda, Raquel Mourão Brasil.

Neto: Tenho certeza que cada um de nós aqui também está levando um pouco da terna dedicação da Lídia e a sagacidade da Marcela.

Lorranne: O fato é que, pouco a pouco, passados esses 1460 dias, a turma, que já era grande, ficou maior ainda. alguns se casaram, outras nos deram de presente as sofias, a giovanna, a Isa...

Neto: e como já dizia he-man, que nos acompanha desde a infância, “nós temos a força”. Vencemos! Celebramos hoje a vitória. Enfim, nós vencemos. Agora podemos dizer àquela professora que crescemos e nos tornamos jornalistas!

Lorranne: Olhando para as conquistas passadas, vamos fortalecer os passos rumo ao futuro. As marcas deixadas não serão esquecidas jamais.

Neto: A partir de hoje, temos a missão de fazer valer uma necessidade prioritária e indelegável da humanidade desde seus tempos mais remotos: comunicar. Caberá a nós, junto aos demais colegas de profissão, não nos restringirmos apenas a informar e opinar. Mais do que isto, nós precisaremos formar e educar. Precisaremos construir pontes sobre o abismo que separa os que sabem dos que nada sabem.

Lorranne: Que o jornalismo social seja o norteador de nossa trajetória sempre, jornalismo este que é feito para ajudar a dona Joaquina, que nasceu em Iporá e mora há 53 anos no Jardim Curitiba, aqui em Goiânia, a entender como a inflação vai interfirir diretamente na vida dela.

Neto: Informar ao Roberto, 28 anos, pedreiro, que ainda cursa a oitava série e pega três ônibus para voltar para casa, sobre os espetáculos culturais que acontecem gratuitamente em nossa cidade também é nossa missão.

Lorranne: Como repórteres, entendamos: somos contadores da História. Sensibilidade, percepção, palavra, lavra...

Neto: No rádio, muito mais importa a nossa competência que a estética da nossa voz. Esta é a nova concepção do jornalismo de qualidade.

Lorranne: Frente à câmera, nossa missão é, tão somente, informar. Aparecer é tarefa para a fonte, para o personagem.

Lorranne e Neto: porque somos jornalistas! Não somos artistas...

Lorrane: numa profissão em que a pauta é infinita, não há limites de conhecimento...

Neto:
O jornalista deve querer saber o suficiente de ciência para entender os cientistas e o suficiente de economia para perceber que a maior parte das ações políticas tem base econômica.

Lorranne: conhecer o suficiente sobre artes e profissões para poder compreender pelo menos o seu vocabulário.

Neto: deve estudar línguas não somente pela utilidade que elas possam ter na execução das tarefas de reportagem, mas também pelo conhecimento incidental de outras culturas e outras literaturas que elas promovem.

Lorranne: Mesmo visualizando dias difíceis pela frente, nós não podemos perder de foco o sonho de um mundo melhor, uma sociedade mais justa, transparente.

Neto: A missão é árdua. Depende do compromisso com a verdade, da submissão aos elevados valores, como já dizia a professora Raquel.

Lorranne: Que prevaleçam em nós, jornalistas ainda virgens, os valores duráveis, imperecíveis. Honestidade, perseverança, coerência e a defesa da democracia!

Neto: Professores do curso de Jornalismo, não abram alas ao desânimo. Vistam a camisa, como sempre fizeram, e invistam todas as horas possíveis, como é a praxe, na formação de jornalistas eticamente comprometidos com a verdade.

Lorrane: Pais e amigos dos novos jornalistas, talvez agora os senhores tenham um vislumbre da nossa urgente necessidade na sociedade brasileira. Portanto, apóiem estes jornalistas. A nossa eficiente luta é a garantia de sobrevivência de vocês num País que respire liberdade.

Neto: jornalistas formandos, saiam daqui com um objetivo em mente. Nós devemos demonstrar ao público que o curso de Jornalismo que ora finalizamos não foi uma ficção, e que nós, agora jornalistas, não brincamos com a realidade durante estes quatro anos.

Lorranne: Lembrem-se que agora o jornalismo se transformou na nossa ferramenta de trabalho. Vamos destacar em nossas vidas a importância do diploma, não só como partícipe da formação profissional ou mero pergaminho a ser pendurado na parede de nossas casas, mas, sobretudo, que este canudo seja um complemento da cidadania a serviço da sociedade.

Neto: Hoje não é nosso primeiro dia como jornalistas, já que jornalista não se forma, se nasce.

Lorranne: A nossa faculdade, na verdade, não terminou em dezembro de 2006 nem tampouco iniciou no começo de 2003.

Neto: A nossa formação como jornalistas deu o pontapé quando o nosso cordão umbilical foi cortado.

Lorranne: E assim, diplomados e sem a pretensão de sermos a notícia, informamos que amanhã também será o primeiro dia do resto das nossas vidas.

Lorrane e Neto: Porque todo dia é o primeiro dia do resto da vida de um jornalista.

Lorrane e Neto: Muito obrigado.

Discurso proferido por Lorranne Tavares e por mim na nossa colação de grau, há quase um ano.

Um comentário:

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